domingo, 10 de agosto de 2014

Questão de Tempo


Dedicado a Lu...

A princípio achei que era um filme para adolescentes, mas me enganei. Trata-se da mais profunda reflexão de como valorizar e apreciar o que realmente importa. Os mais desatentos não conseguirão interpretar o filme dessa maneira, receio que estes também são desatentos com a vida...
O filme aborda de maneira delicada e divertida como nos perdemos (ou não) nas encruzilhadas da vida.
A história é sobre um rapaz londrino, Tim, que herda do pai a capacidade de voltar no tempo. Todas às vezes que Tim encontra-se em uma situação embaraçosa ou infeliz, ele pode escolher modificar os rumos do destino. Claro que, como tudo na vida, todas as nossas escolhas geram consequências.
Tim vai errando, acertando, até achar o equilíbrio entre a felicidade e a razão. Extremamente bonita e emocionante essa descoberta. Há muito tempo não assistia a um filme tão comovente.
Recomendo!

domingo, 22 de julho de 2012

A Delicadeza do Amor



Nem sei direito como começar a falar sobre esse filme. Posso assegurar que ele está, no momento, no topo da minha lista de filmes preferidos.
Já escrevi em outros posts o que me fascina no cinema, e um dos grandes prazeres que tenho é me emocionar com um filme. A Delicadeza do Amor cumpre essa função.
O filme é exatamente a tradução literal do título, fala sobre como deve ser o amor: delicado, generoso, atencioso, altruísta e ilimitado. Qualquer coisa diferente disso tem outro nome...
A história tem como personagem principal Nathalie Kerr (Audrey Tautou), uma mulher bonita e feliz no casamento que num infortúnio fica viúva e perde o grande amor de sua vida.
Ela então se fecha para o mundo, até se deixar conquistar por um colega de trabalho, Markus Lundi (François Damiens), desprovido de atributos físicos e aparentemente desinteressante. Aí é que está a beleza do filme, o amor não se baseia no que é óbvio, certo, racional e esteticamente perfeito. O amor é o encontro de almas, é sobre isso que se trata o filme.
A história tem como tema principal o amor entre um homem e uma mulher, mas também aborda o amor entre amigos e familiares.

PS: Para mim, Markus tem todas as características de um homem irresistível! Ficaram curiosos? Assistam o filme.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Shame



Shame é obra do diretor londrino Steve McQueen e tem como protagonista o competente Michael Fassbender  e Carey Mulligan como atriz coadjuvante. O filme narra a história de Brandon Sullivan: um homem maduro, bem sucedido, charmoso... e dependente de sexo. Para o personagem, não existe território que não possa ser explorado para alcançar o prazer.
Aparentemente ele acredita que sua dependência está em sincronia com a vida que escolheu, até sua irmã reaparecer em sua vida. Ela provoca nele sentimentos conflitantes e isso o perturba.
Ele se vê "obrigado" a tentar descobrir a diferença entre fazer amor e sexo. E ele fracassa.
O filme é um deleite para psicanalistas e afins, pois fomenta a discussão sobre sexo. Por que tanta dificuldade em se ter uma vida sexual plena? Será que é tão complicado conciliar afinidades intelectuais com sexo? Talvez sim... 
É muito bom (ou não) desejar alguém! Esse "ou não" se aplica a Brandon Sullivan que deseja um objeto proibido.
Como definir quem desejar? Dilema impossível de ser resolvido... Sugiro como regra básica: desejar quem possa retribuir seu desejo e se tiver sorte, seu afeto!

domingo, 29 de janeiro de 2012

Um Conto Chinês



Pensei que eu não teria mais vontade de voltar a escrever sobre cinema, mas esse filme me inspirou.
Trata-se de uma boa comédia argentina dirigida por Sebastián Borenzstein e estrelada por Ricardo Darín (ator magnífico e protagonista de um dos meus filmes preferidos O Segredo dos seus Olhos). Os argentinos sabem fazer cinema tão bem... De vez em quando vale assistir filmes fora do padrão de Hollywood, o jeito de contar a história é diferente. Imagino que orçamentos restritos forçam o diretor a dar um enfoque maior ao enredo e a valorizar mais a interpretação.
Um Conto Chinês é a história de Roberto (Darín) um homem de meia idade que é solitário, ranzinza, cheio de manias e rituais, mas que também é honesto, generoso, sensível e sutilmente amoroso (conheço tanta gente assim, o que é uma besteira sem tamanho. Para que economizar afeto?). Bom, esse homem cheio de particularidades, encontra literalmente no meio da rua, um chinês perdido em Buenos Aires sem falar espanhol e sem dinheiro. Ele tenta se livrar dele de todas as formas, mas não consegue e mesmo a contragosto se vê obrigado a aprender a conviver com o oriental. O relacionamento dos dois é conturbado, conflituoso, afetuoso, sensível e extremamente engraçado. Adorei o filme porque Roberto retrata a essência da maioria dos seres humanos: não somos perfeitos, mas podemos fazer o bem!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Assalto ao Banco Central


Não sei porque alguns críticos de cinema são tão ácidos quando vão comentar filmes nacionais e tão condescendentes com filmes americanos. É claro que os americanos possuem técnicas cinematográficas de ponta e orçamentos mais generosos, mas nós temos tanta criatividade...
Acho que o cinema nacional ainda está engatinhando, mas tem tudo para dar certo. O exemplo disso é o filme "Assalto ao Banco Central" que tem um elenco talentoso (Lima Duarte, Giulia Gam, Tonico Pereira entre outros) e como diretor o veterano global  e estreante no cinema, Marcos Paulo.
O filme narra como foi o maior assalto ao Banco Central (mais de 160 milhões roubados por um túnel) e como os bandidos foram presos. Em uma frase eu contei o filme e com essa mesma simplicidade ele foi rodado. Isso não é necessariamente ruim, existe beleza no simples. O que os críticos reclamaram do filme foi o que eu mais gostei: seu humor. Pelo tema do filme poderíamos esperar algum suspense ou ação, mas isso não existe. Encontraremos alguma violência e muito bom humor. Um humor típico do brasileiro, um tanto estereotipado, mas genuinamente brasileiro.
O diretor Marcos Paulo está com câncer no esôfago e foi internado várias vezes durante as filmagens. Acredito que paradoxalmente ao que ele está vivendo, ele fez um filme leve. Talvez ele tenha usado a mesma leveza que precisamos para viver melhor.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Quebrando o Tabu


É um documentário que tem como âncora o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e aborda como os principais chefes e ex-chefes de nações mundiais (EUA, Holanda, Portugal, México, Suíça e Bolívia) lidam com o tráfico e consumo de drogas. O filme conta com a participação de Bill Clinton, Jimmy Carter, Paulo Coelho e Drauzio Varella (tem minha profunda admiração).
FHC defende a descriminalização somente da maconha (descriminalizar não é legalizar). Descriminalizar é deixar de ser crime o uso de algumas drogas, uso doentio, uso caracterizado pela dependência química=doença. E doença é tratada por médicos e não pela polícia! Legalizar é quando o estado passa a permitir e regular o comércio, como é feito com o álcool e cigarro. FHC não é a favor do uso de drogas, só é a favor da discussão. Segundo ele: "Só quem é burro não muda de opinião diante de fatos novos. Eu não tinha consciência da gravidade dessa questão das drogas e do que ela significava como tenho hoje. E, no Brasil, a consciência média na época era de que isso se resolvia com ação policial. Mas, nada funcionou. E eu não vi tudo isso. Errei."
Concluindo, o filme é excelente, extremamente inteligente, leva ao esclarecimento e a reflexão do assunto abordado. O diretor Fernando Grostein Andrade é um jovem rapaz bastante promissor!